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Decisão do COPOM - comentários do especialista em economia e finanças da ESPM, Alexandre Espirito Santo
Alexandre Espirito Santo, coordenador de economia e finanças da ESPM e economista-chefe da Way Investimentos
Nesta quarta-feira (29), ocorreu a primeira reunião do Comitê de Política Monetário (COPOM) sob a gestão do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Alexandre Espirito Santo, coordenador de economia e finanças da ESPM e economista-chefe da Way Investimentos, preparou comentários a respeito do tema:
“Feita a termo em dezembro, a alta de 1 p.p. na Selic, para 13,25%, promovida na primeira reunião do Copom presidida por Gabriel Galípolo, era um “não evento”. A grande expectativa, de fato, recaia sobre o comunicado pós-encontro e como a nova diretoria irá encaminhar os próximos passos da política monetária.
Semana passada, o IPCA-15 sinalizou, mais uma vez, que a inflação, sobretudo a de serviços e alimentos, permanece elevada e merece a atuação firme do Banco Central, no intuito de reancorá-la no horizonte relevante. Ademais, o boletim Focus desta semana, apresentou uma deterioração significativa do IPCA de 2025; a 15ª consecutiva.
Assim, o discurso precisava ser “duro”, mostrando que a autoridade monetária irá atuar como se espera dela, a despeito das eventuais pressões.
Nesse sentido, é preciso avaliar, nos próximos dias, como políticos ligados ao governo reagirão a esse movimento que, como já mencionado, fora contratado na reunião de dezembro. Lembremo-nos que Roberto Campos Neto foi regularmente criticado por sua atuação hawkish.
O Copom confirmou nova alta de mesma magnitude para o encontro de março, todavia não deu um “guidance” para a reunião de maio, afirmando que agirá de acordo com a evolução da dinâmica da inflação e que a decisão de hoje é condizente com “o redor da meta”.
Nessa linha, grande parte dos analistas sugere uma taxa terminal de até 17,5% para trazer a inflação para 3%, que é o centro da meta. Todavia, muitos deles acreditam que o Comitê poderá aceitar, informalmente, um resultado mais próximo de 4%- 4,5%, o que necessitaria de uma taxa inferior, em torno de 15%. O fato é que caminhamos para juros reais beirando 10%, que é um dos maiores da história recente; bastante contracionista.
Por fim, também hoje o Fomc, do FED, manteve as taxas dos seus funds na faixa de 4,25%-50% e deu indícios de que está comprometido com a meta de 2%, porém “sem pressa”, nas palavras de Powell. A expectativa é que o BC americano promova (mais provável) uma única queda de 0,25 p.p., podendo, a depender de dados, chegar a duas ao longo desse ano.
Acredito que em dezembro a Selic esteja em 14,75% a.a, embora com IPCA em 5,4% fechado no ano de 2025. Caso, contudo, a taxa de câmbio ceda para níveis consistentemente abaixo de R$ 5,70, as chances de a inflação se situar abaixo de 5% passam a ser maiores, tornando o quadro para 2026 um pouco menos desafiador para o Banco Central."
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