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5 formas de usar histórias infantis para trabalhar a escuta ativa

Maneiras de transformar momentos de leitura em oportunidades para desenvolver atenção, empatia e diálogo com crianças

A leitura para crianças vai muito além de ensinar novas palavras ou incentivar a imaginação: ela é uma poderosa aliada no desenvolvimento da escuta ativa, habilidade essencial para a comunicação, a empatia e o aprendizado ao longo da vida. Uma meta-análise publicada por Galea et al. (2025), envolvendo 24.859 participantes, revelou uma forte ligação entre a leitura compartilhada em casa e o desenvolvimento da linguagem oral e do vocabulário, competências determinantes para a prontidão escolar.

Esses achados reforçam outras evidências. Segundo a BookTrust, 85% dos pais acreditam que ler em voz alta fortalece o vínculo com os filhos, enquanto um relatório da Education Endowment Foundation indica que essa prática pode melhorar de forma significativa as habilidades de compreensão, especialmente na primeira infância.

Mais do que um momento de entretenimento, a leitura em voz alta é um espaço de diálogo, troca de experiências e construção de confiança, elementos centrais para formar bons ouvintes e comunicadores desde cedo. "Quando a criança se sente ouvida e parte da conversa durante a leitura, ela desenvolve mais do que a compreensão da história: aprende a se expressar, exercita a empatia e amplia seu repertório de mundo", afirma Milena Marcelo, fundadora da Ovolê Editora, dedicada a promover leitura e imaginação para crianças e jovens leitores.

Abaixo, Milena lista algumas formas de usar histórias infantis para trabalhar a escuta ativa:

1. Leitura em voz alta com pausas para pensar

"Ao contar uma história, faça pausas estratégicas e pergunte: 'O que você acha que vai acontecer agora?' ou 'Por que o personagem agiu assim?'. Essas reflexões ajudam a estimular a imaginação e pensamento crítico criativo da criança, mas atenção, o intuito não é testar a sua compreensão. Queremos que ela participe ativamente da história e não passivamente. Um exemplo perfeito é o livro Oh Não!, que se passa numa casa amarela onde o clima é de tensão e mistério, com direito a micro-ondas barulhento e sem uma pessoa no convívio familiar. A história interage com as crianças em diversos momentos", sugere Milena.

2. Recontar a história em dupla

"Após a leitura, proponha recontar a história juntos, alternando quem narra. Assim, a criança treina a cooperação, socialização, memória e clareza na comunicação. Histórias como a do livro Caminhantes, que fala sobre esperança e resiliência diante das mudanças do mundo, misturando sensibilidade e poesia, são ótimas para a criança trabalhar com o outro", complementa.

3. Relacionar a história com experiências reais

"Escolha narrativas que conectem a vida interior da criança com o mundo exterior. Isso cria um espaço seguro para que ela compartilhe suas experiências e exercite tanto a escuta quanto a processar suas emoções e vivências de forma mais consciente. O livro "Pra onde foi a Vó Zita?, por exemplo, conecta a criança com o luto, em uma história contemporânea. Resgatando um tema que já foi tratado em livros clássicos infantis, como a bela adormecida, a chapeuzinho vermelho e o bambi", afirma.

4. Representar a história com objetos

"Depois da leitura, incentive a criança a recontar a história usando brinquedos, objetos da casa ou até desenhos para representar os personagens e cenários. Essa atividade transforma a história em uma experiência tátil e visual, permitindo que a criança reviva a narrativa e se aprofunde nela por meio da ação. No caso de Oh Não!, por exemplo, ela pode criar a "casa amarela" com blocos de montar, usar um gatinho de pelúcia e encenar as cenas mais engraçadas ou misteriosas, transformando a leitura em um momento interativo e cheio de imaginação", complementa.

5. Criar uma continuação para a história

"Depois de terminar a leitura, incentive a criança a imaginar o que acontece "depois do fim". Esse exercício mantém viva a conexão com a narrativa e estimula a criatividade e à liberdade de pensamento. Em Para onde foi a Vó Zita?, a criança pode elaborar o que Juju fez depois de descobrir o significado das pistas, ou criar uma nova aventura com a personagem e sua vózinha. Assim, ela exercita a imaginação enquanto revisita as emoções da história", conclui Milena Marcelo.

Sobre Ovolê Editorial

A Ovolê é uma editora independente dedicada ao lançamento de livros que despertam a imaginação, o afeto e a curiosidade de crianças e jovens leitores. Fundada por Milena Marcelo, a Ovolê acredita no poder das histórias para conectar pessoas, inspirar novos olhares e enriquecer a experiência da infância. Com um catálogo autoral e cuidadosamente ilustrado, a editora busca narrativas que tratam do cotidiano, das emoções e das descobertas com sensibilidade, humor e profundidade. Para saber mais, acesse: www.ovole.com.br.

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